A noite vai chegando Minha vida se consome Tanta gente se alimentando E só eu passando fome Dá rugido, dá estalo Meu estômago faminto Vou ver se posso tapeá-lo Apertando mais o cinto Que ironia do destino Tem sido minha vida Me chamam de vagalino Porque já perdi a linha O batente eu procuro Sou capaz de dar duro Mas ninguém me dá trabalho E dizem que nada valho Passo a pastéis de brisa E não tenho mais camisa Só tenho a filosofia Que me dá consolação Com a barriga assim vazia Sei que morrerei No necrotério acabarei Mas não será de indigestão