Sentado num banco Feito de madeira Em frente a soleira Já estava escuro Me vi no passado Quando era criança A minha infância Hey que tempo duro Peguei a viola Comecei a pontiar Saiu da caixola Uma melodia que me fez lembrar O meu velho pai Que tanto amei Confesso que o peito Apertou não aguentou Bateu a saudade Peguei a chorar Sou filho da roça Confesso, e não nego Por onde andar Desse jeito eu carrego O som da viola É minha inspiração Que alivia a saudade Que eu tenho do sertão Lá em casa não tinha Luz de energia A luz que existia Era de um lampião E das lamparinas Que a gente fazia Meu deus que alegria Aquele sertão Carne preparada Guardada na banha Mamãe tinha as manhas Pra não estragar A água fresquinha No filtro e no jarro Fogão e as paredes Na tinta do barro No defumador O toicinho a pingar Sou filho da roça Confesso, e não nego Por onde andar Desse jeito eu carrego O som da viola É minha inspiração Que alivia a saudade Que eu tenho do sertão Depois de um dia De muito trabalho Mão cheia de calo Num banco sentava Radinho ligado Ouvindo os caipiras E o povo da roça Sempre se alegrava Peneira de milho Ainda com casca No dia seguinte Tratar das galinhas E toda a criação Naquele sertão Pra saber de noticias As informações e coisas da polícia A Voz do Brasil dava a informação