Quando a segregação Se veste elegante A aparência bota-abaixo Cada semblante Histórias se vão Os sonhos desabrigados Não seguem os passos Nas calçadas sem coração Do Porto ao Morro do Castelo Se apaga o singelo Que não se traduz Em uma nova Cidade Luz Lá no alto a poesia A verdade se revela A esperança fez morada O seu nome é favela E assim Oxóssi caçador Seu filho nos enviou Numa flecha certeira À céu aberto olhando o mundo girar O mestre-sala e a porta-bandeira Semeiam a arte do povo E o Reino de Ouro Governa a alegria Okê Arô é a magia pra nos proteger O morro desce em peso E cantoria quer de volta o seu Ayê O tambor é quem diz Se o rio quer ser Paris Vai ter batuque o ano inteiro Porto Carambeí Canta pra resistir A avenida é nosso terreiro