Quando senti a verdade cruel Que o grande amor que eu sonhei me enganava Deixei um grito calar na garganta Na imensa dor que já não suportava Quis até mesmo findar minha vida Num gesto louco, covarde e banal Mas minha pobre e querida mãezinha Me aconselhando evitou esse mal Fui criticado por tantos amigos Que não compreenderam meu drama de dor Queria ver limpa a honra de um homem Que em vez de matar só morria de amor E foi no silêncio das noites perdidas No quarto sombrio que tanto eu chorei Que vi na verdade que não compensava Matar nem morrer, nem amar como amei Nem a um simples cachorro eu desejo A dor tão cruel que marcou minha vida Envelheci como as pedras do campo Por dar meu amor à pessoa fingida E quando a poeira das dores sofridas Em céu transformar em chuvas de verão Talvez me devolvam a felicidade E um novo amor para meu coração