Já quase no fim do ano Pra móde juntá uns pilas Juntamo eu e o castelhano Uma comparsa de esquila Botamo anúncio na rádio Chegou até fazer fila Apareceu cada louco Uns gaúchos muito pouco Gente de campo e das vilas Depois de escolher o ceceu E o simão, pra esquilador Levamo junto o nandico E o juca, de agarrador O valdo foi pra cozinha E o pilão de atador Pra limpá a cancha, o barbicha Eu mesmo que pago as ficha E o tatu, de embolsador E tava feita a comparsa Das esquilas à martelo Das ordens do capataz O castelhano zé melo Que assobiava umas marca Batendo o pé com o chinelo E indiada buena e pareia Pra tosar de folha cheia E num dia tirar cem velo Largamo então pra fronteira Lá pra estância da lagoa Numa kombi das antiga Loctada e loca de boa Foram afiando as tesoura Que há tempo andavam à toa Das foilhas largas que tinha Umas quantas santaninha E três ou quatro coroa Chegamo já tinha ovelha Na mangueira, esperando E ja suamo a camisa De veredita, tosando As primeira até renderam Mas aos poucos foi mermando Bem na cancela, um peão Passava óleo e carvão Nos beliscão que iam dando Quando chegaram os capão Tinha três de mala pronta Um tosador e mais dois Chegaram pedindo as conta Tinham cruzado com a canha E andavam com a ideia tonta Pegaram a estrada, proseando E o resto seguiu botando Até o fim de ponta a ponta Deu quase dez bolsa cheia E umas oito bem socada Nos sobrou uns três consumo E a lã da borregada Deculpamo os beliscão Que as tesoura eram afiada Acertamo bem as ficha Que a lida adiante se espicha E largamo a kombi na estrada Assim se foi a comparsa Fina flor de cortadeira Bandeei cancheiro e carancho Acabou-se a brincadeira Pra gastar num só domingo Os troco da safra inteira Mas pro ano, to pensando Se ajuntá e sair tocando Uns bailongos na fronteira