Quem me dera se aqui nesta cidade Houvesse felicidade, como há lá no sertão Quem me dera se estes arranha-céus Não cobrissem o lindo céu, cegando minha visão Quem me dera à porta deste apartamento Num breve momento, transforma-se em porteira Quem me dera se o luar do meu sertão Clareasse a escuridão, da tristeza que rodeia Quem me dera se as luzes da cidade Nesse acende apaga, fossem lindos pirilampos Quem me dera se as buzinas estridentes Fossem os berros potentes, do gado livre pelos campos Quem me dera se esta poluição Que faz mal ao coração fosse poeira da estrada Quem me dera se as sirenes acionadas Fossem lindas alvoradas e o cantar de uma cascata Quem me dera se o tempo não acovardasse E a cada segundo voltasse, dando vida a minha ilusão Quem me dera o abraço de meus pais Desde a partida nunca mais, ouvi santa bênção Quem me dera se na santa catedral Benzesse todo o mal, da grande cidade Quem me dera eu chamar de meu irmão Aquele mesmo cidadão, que me olha com maldade