O Sol, num galope, fugiu pro poente Deixando, no rastro, gaúchos campeiros Que, ao fim de outro dia, rumeiam' pra estância No lombo dos fletes, eternos parceiros O velho galpão se alegra de novo Ao som das esporas, relinchos, risadas O velho caseiro já tem fogo grande Pro mate que mata a sede da indiada Um cusco pitoco, parceiro de campo No ventre de um laço se enrosca impaciente Parece entender os causos e prosas Pois, sempre na lida, se encontra presente A luz que emana das chamas do fogo Completa a silhueta de um taura que canta Que os versos que trança tem vozes de campo Que aflora sua alma de homem da pampa As chamas consomem o cerne do angico Restando o silêncio e o rubro das brasas Pra serem sinuelos parindo manhãs Com o Sol que, nas frinchas, vem dando, ô, de casa Se ascendem auroras no ronco dos mates Campeiros se aprontam pra outro careio Se vão qual centauros pra outras coxilhas Cavalos e homens, parceiros do arreio