Ribeira, linda Ribeira Se tu pudesse falar De suas grandes belezas Reino encantado está lá A casa dos meus avós Era no alto da estrada Antes da nossa chegada Som de busina escutava Vovó saia na porta E preparava a chegada O avô Mantino corria E no portão esperava Meu pai a ele da bença Com o carro encostado E o barulho Valderico Junto com a cachorrada A tia Leusa já vinha Para ajudar minha avó Enquanto nós ia chegando Todos cobertos de pó Nós matava a saudade Dos meus avós tão queridos Todos faziam perguntas Pro meu avô e pra vozinha E o Grito da criançada Perguntavam da tia Jandira Enquanto meu pai ia deixando A bagagem na cozinha Era uma grande festa Lá na casa da vozinha Nos alegrava com bala Pipoca doce que tinha Na sala meu pai sentava A falar com meu avô Como é que está arroçada Meu pai tão lhe perguntou O avô Mantino esquerdeiro Já respondeu de sua luta Enquanto fechava o palheiro Vem o barulho da chuva Não terminemos arroçada O tempo feio não deixa Tivemos arrumando o monjolo A bica d'água e a cerca O milho está moendo Lá no pilão do monjolo Eu ouvia os passarinhos Era meu maior consolo Hoje só tenho saudade Do meus tempos de infância O chapéu que eu ganhava De minha avó por lembrança E quantas vezes eu vi Ela fazer os chapéus Para vender lá na venda Comprar bolachas de mel A tia Rita chegava De a cavalo num burrinho Um animal de criação Do Alderico Coutinho Isso já ficou no tempo Tudo foi evaporado Só dá minha mente não sai As lembranças do passado Só dá minha mente não sai As lembranças do passado