Clareia o dia no grito Que firma a goela Do peão de estância Que busca a volta dos fundos Até o sereno Das macega se levanta E o Sol groteiro sai das timba E vem pra o mundo Costeio a sanga e Cruzo no passo do meio Contemplo a calma Na manhã que se arremanga Um touro berra Logo abaixo do saleiro Qual fosse o dono Do invernadão das poliangas Estendo a vista E bombeio de ponta a ponta Sigo ao tranquito Enquanto a lida encordoa Meto o cavalo num Lote que ainda remancha Grameando quieto No costado da lagoa Sou peão de campo Conheço bem o compasso E não refugo quando A volta se abaguala Não é brinquedo lidar Com gado de cria Onde o campeiro Cura bicheira e assinala Mas pra esse ofício Fui parido e não me achico Pois acredito que Esse seja o meu destino De andar no mundo Empurrando algum fiador E tirando balda de Algum metido a malino Sei que o meu mundo Se resume a este anseio Que se destapa quando A manhã se arremanga Mas me acho livre Igual ao berro do touro Que ecoa longe No invernadão das poliangas.