Os teus rios me lembram veneza. Serpeteando sobre a correnteza que vem e que vai. Construções que conspiram a glória. Desses homens que deixam prá história suas digitais. Por aqui o brasil foi criado. Com o mel dos engenhos marcado pela escravidão. E esses mangues cortando a cidade. Se tornaram, na realidade, esgotos em vão. Aonde está o meu capibaribe de águas claras com meu beberibe. Correndo pra o mar. Nos seus leitos morreram as flores. E o progresso com seus mil motores. Matam o resto da vida que há. Ah, não deixem morrer toda essa beleza. Que minha veneza tem a oferecer. Ah, não deixem acabar. Meu capibaribe com meu beberibe correndo pra o mar.