Acabou o teatro, eu sei o que cês pensa Pode tirar o sorriso de orelha a orelha Sei que é tudo média e vocês joga areia Seu olhar não nega o quanto me odeia Minha cor te enoja o olhar aterroriza Minha cor é piada não sensibiliza Sou tudo aquilo que cês hostiliza Quando puder na melhor me extermina que eu sei Ousado feito rosa parks Nós tumultua, rapaz Então não espere tempos de paz Enquanto houverem leis desiguais, sem mais Deixa eles pensar que nós tá de chapéu Vai entender que silêncio nem sempre é o consentimento do réu Pow pow pow pow pow A convivência pacífica no paraíso da miscigenação racial Da democracia onde o herói nacional dos pivete não tem patente Mas também carrega arsenal de uso restrito transbordando os pentes Ra ta ta ta ta ta ta ta ta ta ta É que invés de banana aqui jogam pistolas Pra se divertir em seus jogos vorazes Com nós se matando por ponto de droga Pra exibir seu vídeo portando fuzil Envaidecido com o gambé no final Agora com você lotado de tiro O barato é louco moleque (são os jogos antropológicos) 2017 é que nem todo filho de escravo tentou o ouro da olimpíada Pra antagonizar sua teoria supremacista Só que em meio aos nossos, em conflitos ostentando as treta Já nem sei se progresso é expor família, os cordão, as buce Sei que aqui é a mesma tecla se o jogo continua Ciência dos baleado filosofia da rua Não é rap pra entreter os moleque com teor humorístico É pra destroçar o hipnotismo expondo o sutil mecanismo político E morrer junto com essa porra Eu e meus versos anacrônicos frustrando os cu Que pensou que as nota vinham antes do amor Aqui não Acabou o teatro, eu sei o que cês pensa Pode tirar o sorriso de orelha a orelha Sei que tudo é média e vocês joga areia Seu olhar não nega o quanto me odeia Minha cor te enoja o olhar aterroriza Minha cor é piada não sensibiliza Sou tudo aquilo que cês hostiliza Quando puder na melhor me extermina que eu sei Minha consciência não raro me fez varar noite em claro Dar procedência ao legado de gandhi, martin e malcolm Ver que meu peito baleado não é acaso, é mercado Material pra campanha política de estado Por isso não estranha o descaso com o corpo do pai de família O polícia assassinado sempre vai justificar a chacina Um peso e duas medida é natureza, fato Onde mãe que rouba ovo de páscoa tem pena maior que réu da lava-jato E quando não matarem sua filha na escola com bala perdida Matam na negligente burocracia com a ambulância sem gasolina pra dor Exclusiva familiar porque o desfecho popular é preciso Como francisco erasmo rodrigues de lima e seu ato esquecido Como atentado em país africano com recorde de morto e ferido Sem bandeira, homenagem, sentimento compassivo Queria ter o dom pra quebrar o feitiço O mito da caverna pra pai e professor acreditar que é possível Educação no mínimo nível coreia Vê que a black face do arrombado, não é engraçado É seu salário justificado e você ridicularizado Que no semáforo fechado, na saída do itaú Não somos macacos, não somos todos maju Ninguém quer gesto solidário só que cumpram a constituição certo Pra não associarem diplomata à cota subtraindo seu mérito Sem apreço por hits de festa, meu destino é o fim em verso anacrônico Frustrando os cu que pensou que as notas vinham antes do amor Aqui não Acabou o teatro, eu sei o que cês pensa Pode tirar o sorriso de orelha a orelha Sei que tudo é média e vocês joga areia Seu olhar não nega o quanto me odeia Minha cor te enoja o olhar aterroriza Minha cor é piada não sensibiliza Sou tudo aquilo que cês hostiliza Quando puder na melhor me extermina que eu sei