Hoje eu vou partir Em alto mar navegar Pra encontrar um lugar onde eu possa voar sem cair E aterrissar num terreno baldio a Deus-dará Qualquer lugar é melhor do que em suas mãos Olhou como quem não reflete no espelho Fitou sem cetim Cantou como quem não conhece o poema Rimou sem o fim Vagou por aí à procura de espera Gastando o meu sim Beijou como quem só deseja um sorvete Ardeu feito palha A dois, a três, em quatro paredes Me fez de refém Num texto sem nexo, inverso ao meu sexo Riscou sem luzir Rascunhos em branco, mil versos incertos Jogados ao léu Pra quem quiser buscar